15 de outubro, dia do professor.
Por Neiva Lazzarotto
Vice-Presidente do CPERS/Sindicato
Vice-Presidente do PSOL/RS
Publicado em Zero Hora de 15/10/2009
Hoje, no Brasil, somos 2.803.761 professores, em todos os níveis de ensino. Destes, 77% somos nós, da educação básica. Somos nós que recebemos seus filhos com um sorriso em escolas sem condições, com turmas lotadas, sem livros, computadores. Enfrentamos a violência, o narcotráfico, corremos de uma escola para outra, não temos condições de comprar livros, fazer um curso de pós-graduação; temos pouco tempo e dinheiro para frequentar um cinema ou teatro. Em nosso estado somos pouco mais de 50 mil em sala de aula e, apesar de todo o descaso dos governos, somos responsáveis por uma educação de destaque no país e por manter o Rio Grande como um dos estados que mais lê.
Não é fácil. O ataque à educação não tem cor nem partido. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, mas é um dos que menos investe em educação. O governo Lula destina apenas 4% do PIB ao setor. No pujante Rio Grande Yeda não investe mais do que 26% da receita líquida. Além disso, Yeda ataca os educadores ao tentar tirar o nosso plano de carreira e criar Fundos de Pensão, para agradar ao Banco Mundial. Lá em Novo Hamburgo, o prefeito Tarcísio também quer extinguir os planos de carreira dos professores e servidores municipais. Enquanto nossos vizinhos como Equador, Venezuela e Bolívia são declarados pela Unesco como território livre de analfabetismo o Brasil convive com 14 milhões de analfabetos. Isto tem que mudar!
A média salarial no Brasil é de R$ 927,00, mas 50% dos docentes recebem abaixo de R$ 720,00 - dados da Pnad 2006. No RS o salário básico para uma jornada de 20 horas semanais é hoje de R$ 319,94. E no topo da carreira Nível 6 com pós graduação/ mestrado, aos 25 /30 anos de profissão ninguém passa de R$ 2.880,00. É o que custam os professores desse Rio Grande!
Ao mesmo tempo em que digo obrigada por suas generosas palavras, Moacir Scliar (ZH 13/10), continuo insistindo que é urgente uma revolução na Educação. Começando por investir 10% do PIB. Por pagar no mínimo o piso salarial nacional para todos os professores do Brasil. Por 20 alunos no máximo por sala de aula. Por uma política de formação permanente para os professores e funcionários e pela imediata abertura de concursos públicos para atender toda a demanda desde a educação infantil ao ensino superior público.
Por fim, se é verdade que os professores estão sofridos, muitos doentes, carentes, também é verdade que basta visitar as escolas para testemunhar que, milagrosamente, há muita coisa boa sendo feita ali. E principalmente, porque a vida e a tarefa de educar nos fazem sensíveis e comprometidos com os outros seres humanos, há esperança no coração destes lutadores! Assim, que é possível pedir para nossa sociedade: “Batam palmas pra eles, batam palmas pra eles, que eles merecem!” - música de Leci Brandão.
"Avante educadores De pé, unidos pela educação"
ResponderExcluirParabéns professores nossos companheiros de luta por uma sociedade mais justa e um mundo melhor,e parabéns pelo Blog companheira Neiva sempre firme e forte na luta.
saudações socialistas
PROFESSOR
ResponderExcluirTarefa difícil, mas não impossível,
tarefa que pede sacrifício incrível!
Tarefa que exige abnegação, tarefa que é feita com o coração!
Nos dias cansados, nas noites de angústia,
nas horas de fardo, de tamanha luta,
chegamos até a questionar:
Será Deus, que vale3 a pena ensinar?
Mas bem lá dentro responde uma voz,
a que nos entende e fala por nós,
a voz da nossa alma, a voz do nosso eu:
- Vale sim, coragem!
Você ensinando, aprende também.
Você ensinando, faz bem a alguém,
e vai semeando nos alunos seus,
um pouco de PAZ e um tanto de DEUS!
Aos companheiros de tantas lutas, um Feliz Dia do Professor e que as forças sejam renovadas para as lutas que estão por vir.
Gleci Maria Hoffmann
Diretora do 4º núcleo - Cachoeira do Sul