LIDERANÇA INDESEJADA
Taxa no Ensino Fundamental atinge 18,7%, bem acima dos 4,4% da média regional, aponta a Unesco
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgou ontem um relatório com números preocupantes para o Brasil. O índice de repetência no Ensino Fundamental atinge 18,7%. É o maior da América Latina e do Caribe, onde a média chega a 4,4%.
Oalto índice de abandono nos primeiros anos de educação também alimenta a fragilidade do sistema educacional do Brasil. Um grupo de 13,8% dos brasileiros larga os estudos já no primeiro ano do ensino básico. Nesse quesito, o país só é melhor do que a Nicarágua (26,2%) na região.
Apesar disso, o Brasil está no grupo de países intermediários em relação ao cumprimento de metas sobre acesso e qualidade de ensino estabelecidos pela organização. O país ocupa a 88ª posição em um ranking de 128 países.
Em 2000, mais de 160 países assinaram o compromisso Educação para Todos, que previa o cumprimento de seis metas incluindo a universalização do Ensino Fundamental, a redução da taxa de analfabetismo e a melhoria da qualidade do ensino. Para isso, foi criado o Índice de Desenvolvimento de Educação para Todos (IDE).
A Noruega lidera o ranking da Unesco. Ela e mais 60 países estão no grupo daqueles que já cumpriram ou estão perto de atingir todos os objetivos firmados no compromisso. Trinta e seis estão no grupo “intermediário” e 30 são classificados com IDE baixo.
Entre as quatro principais metas estabelecidas pela Unesco, o Brasil tem um bom desempenho na alfabetização, no acesso ao ensino fundamental e na igualdade de gênero. Porém, o desempenho é baixo em relação ao percentual de alunos que conseguem passar do 5º ano do Ensino Fundamental.
O relatório destaca iniciativas do Brasil para melhorar a educação, como o programa Brasil Alfabetizado, o Bolsa Família, o Fome Zero e as mudanças na política de financiamento.
“O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação desempenha papel importante para a redução do déficit de financiamento e para uma distribuição mais equitativa dos recursos entre áreas ricas e pobres”, diz o documento.
Zero Hora 20/01/2010
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