que condena professora
e não pune políticos corruptos?
Na sexta-feira, dia 4 de dezembro, vimos e ouvimos nos noticiários a notícia que nos acausou indignação: a professora Maria Denise Bandeira, da Escola Barão de Lucena, de Viamão, teve que pargar meio salário mínimo para não sofrer processo crime.
Seu crime, segundo essa justiça recoltante, ter feito com que um aluno da escola repintasse as paredes porque fizera uma pichação na pintura feita em mutirão pela comunidade escolar, já que o Estado era omisso.
E a Secretaria da Educação, lavando as mãos! Disse que não assumiria a multa da professora, que solidariamente foi assumida por ouvintes da Rádio Guaíba.
Assim que ouvi a notícia, naquela manhã, fiz contato com a colega Maria Denise expressei solidariedade e disse a ela que levarei o caso para a Direção do CPERS/Sindicato, para que o Sindicato assuma como sua esta multa.
Não podemos nos calar diante desta arbitrariedade de condenar a professora enquanto assistimos diariamente escândalos de corrupção sem nenhum punido e condenado a devolver aos cofres públicos o dinheiro desviado de suas finalidades, como aconteceu com a Governadora Yeda no caso do DETRAN.
Neiva Lazzarotto
Esta notícia resume o estágio de nossa sociedade. A inversão de valores parece irreversível. Além de exigir que o professor seja o alfabetizador, também a família delega (o termo devia ser obriga) a este, também a missão de educar. Sempre que vemos pais reclamando das greves, muitas vezes o grande argumento é de que terão de ficar (aturando?) com seus filhos. Em outras palavras, quem deve estar com eles, fazendo o papel que deveria ser da família, também é o professor. Quando uma professora faz o papel de educar nossos filhos, como no caso de viamão, ainda temos de engolir, não só a estupidez dos pais, que em minha opinião deveriam serem os primeiros a aplaudí-la, mas também da justiça. Em muitos casos vemos os magistrados evocarem o princípio da intenção, justificando sentenças que envolvem questões não bem explícitas no Código Penal. MESMO que ela estivesse errada no procedimento (e não estava), está claro que a intenção era CORRETÍSSIMA. Se o envolvido fosse meu filho, eu viria de público, juntamente com minha mulher, agradecer por esta professora ter feito o que nós não tivemos competência para fazer.
ResponderExcluirGostaria de saber, agora, depois de tudo isso, qual será o interesse de algum professor em tentar preservar o patrimônio, em educar, em ser um agente transformador da sociedade. Também, gostaria de perguntar se este menino não servirá de ícone a todos e todas que tenham vontade em ganhar uns minutos de fama e desafiar a ordem, pelo simples prazer em se mostrar "capaz". Não sou muito idoso. Tenho 49 anos. Mas há coisas com as quais tenho muita dificuldade em conviver. A tal liberdade, que a grande maioria tomou por libertinagem, apregoou, dentre tantas coisas, a abolição do uniforme e tolerou outras tantas. Como socialista, prego a liberdade. Mas, será que na idade em que formamos nosso caráter, esta liberdade tem de ser tão abrangente? Seria algo análogo à permissão a um bebê, que ainda não sabe caminhar, ter a liberdade de correr.
Acredito que tenhamos de parar o mundo e recomeçar tudo novamente.
Con las mas sinceras y cordiales salutaciones socialistas y áureo-cerúleas.
Gladimir Guimarães Granada