10/11/2009

Envolvimento, participação e luta fazem a diferença


São mais de três décadas no enfrentamento com governos omissos e desprovidos da necessária prioridade na educação.
Aos 67 anos, dos quais a maior parte ainda dedicados ao ensino em escolas públicas, arrisco focalizar os encontros e desencontros entre a expectativa do reconhecimento da figura do trabalhador em educação na construção de uma sociedade mais justa, solidária, cidadã e democrática.
Gostaria de desfilar aqui toda uma luta árdua da opção profissional (professora) pela qual me apaixonei e luto junto com uma categoria quase exausta, cansada, desmotivada e violentada em seus mais sagrados direitos (plano de carreira), e mesmo assim, busca o reconhecimento de um sonho chamado prioridade e valorização profissional.
Os enfrentamentos dos obstáculos sempre foram com avanços e recuos, vou sinalizar alguns:
- Nos responsabilizamos pela caótica situação do ensino público, criada pelo descaso dos governantes. Provamos o contrário!
- Nos aviltam com a transferência de responsabilidades, (dos quais os governos se eximem), violência nas escolas, narcotráfico e insegurança para o bom desempenho de nossas tarefas pedagógicas. Estamos sempre denunciando!
- Nos exigem qualificação cada vez maior, sem dar condições dignas de trabalho e poder aquisitivo para enfrentarmos o avanço tecnológico, tecnicista e pedagógico da nossa profissão.
- Estão tentando impor a famigerada meritocracia, estabelecendo níveis de qualificação profissional, com turmas cada vez maiores em sala de aula e sem propiciar a necessária formação permanente e qualificada para os profissionais da educação.
- A corrupção do atual governo é degenerativa e conflitante sob todos os aspectos sociais econômico e político para o Rio Grande do Sul, por isso não há tempo para atender as demandas na área educacional.
Pasmem ! Nem o impeachment aconteceu!

Agora tenta-se denegrir a imagem do CPERS com insinuações maldosas sobre as nossas mobilizações na “mentecapta” política injusta dos detentores do poder.
Menosprezam as duras conquistas da categoria com toda ordem de ameaça (faltas injustificadas, transferências e humilhações). Reagimos com mobilização, porém, menos intensa pela pressão do governo.
Tentam nos massacrar a cada tentativa de negociação por melhores condições de trabalho e dignidade salarial, porém continuamos de pé heroicamente denunciando a ferocidade com a qual somos tratados pelo atual governo que tenta desvirtuar o foco de seu desgoverno, atirando sua ira raivosa contra o funcionalismo público que o tem denunciado, mais precisamente o CPERS, esse grandioso sindicato do qual muito me orgulho de ter sido liderança durante décadas de diretora do 15º núcleo a representante da minha escola (Colégio Agrícola Estadual Ângelo Emílio Grando) de Erechim.
E concluo afirmando categoricamente aos meus colegas com uma frase de Fernando Pessoa:
“ Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Professora Celita Ignêz Casagrande

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