Após passar três anos tentando destruir o plano de carreira dos educadores, o governo Yeda encaminhou e aprovou, na Assembleia Legislativa, um projeto de reajuste de 6%, divididos em duas parcelas. A primeira, de 4%, a ser paga em setembro. A segunda, de 2%, com pagamento em dezembro. O CPERS/Sindicato reivindicava a correção da inflação dos últimos três anos, que totaliza 23,14%.
A direção do sindicato considerou insuficiente a proposta do governo. Essa posição foi apresentada em reunião com os secretários Otomar Vivian (Casa Civil) e Ervino Deon (Educação). Também foi levada ao presidente do Legislativo, Giovani Cherini, e ao líder do governo na Assembleia.
Numa clara perseguição aos educadores, que no ano passado impediram a realização de alterações acordadas com o Banco Mundial nos planos de carreira da categoria, o governo sequer elevou o índice para 8,8% mesmo percentual dado aos procuradores e magistrados, que terão seus vencimentos majorados em até R$ 3.000,00. A política salarial de Yeda é assim: para os altos salários, tudo; para quem ganha pouco, nada.
VENDA CASADA
Rejeitado no ano passado, inclusive com uma greve no final do ano letivo, a governo requentou o projeto que estabelecia a remuneração mínima de R$ 1.500,00. O valor seria pago como completivo. Parcela sobre a qual não seriam inseridos os benefícios sociais. Além disso, atacava os planos de carreira da categoria e descaracterizava a lei do piso nacional, que estabelece, para este ano, o valor de R$ 1.312,85 como básico da carreira e deixa fora os funcionários de escola.
Desde o começo das negociações, o governo tentou casar a elevação do índice de reajuste com a aprovação da remuneração mínima. Insistiu numa proposta que jamais teve o acordo dos trabalhadores. Se tivesse vontade de elevar o percentual de reajuste, a governadora poderia aplicar sobre ele o montante que seria gasto com o novo completivo.
Yeda vai terminar o seu mandato em débito com a educação e com os educadores. Na política educacional, a governadora foi à responsável pela enturmação, pelo retorno da multisserição, pela não realização de concurso público para suprir a eterna falta de professores e de funcionários, pelas “famosas” escolas de lata e pela perseguição aos trabalhadores. Na política salarial, ela ficará marcada pela não aplicação do piso nacional e pela não reposição da inflação nos salários dos educadores. Deixará para o futuro governo uma dívida grande com a educação e os educadores.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
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