28/05/2010

UFFS, do SONHO a REALIDADE, uma LUTA permanente

Em 2005, o 15º núcleo do CPERS SINDICATO junto com os Movimentos sociais e os trabalhadores ligados aos sindicatos urbanos, sonharam e ajudaram a transformar o sonho em realidade, a concretização da Universidade Federal na região norte do RS.
O 15º núcleo como membro da Comissão Pró-Universidade Federal, esteve presente na construção e organização das atividades de mobilização, dos debates nas Escolas, das Plenárias Municipais e do Ato Público que reuniu uma grande representação regional que percorreu a avenida principal de Erechim, convidando a todos para integrarem-se ao movimento e no abaixo-assinado.

Clique aqui e leia a reportagem da época


A criação desta Universidade Federal na região oportunizou o acesso de mais jovens em um curso superior, no entanto ainda não será possível proporcionar este espaço, a todos jovens em idade de cursá-lo. Hoje, mais de 70% das matrículas dos estudantes do ensino superior são da rede privadas. Nos anos 60, essa relação era inversa 60%, nas universidades públicas e 40% em escolas particulares.
O INEP divulgou vários dados entre eles que as instituições públicas apresentaram melhor avaliação que as privadas, mostrando que, ao contrário do que se divulga, na área pública é que se faz pesquisa e se investe numa educação de qualidade, mesmo com todas as dificuldades. Outro estudo aponta que o investimento direto na educação superior em 2000 era de 0,7% do PIB. Em 2007 permanecia o mesmo.
Mesmo a educação sendo apontada como um dos principais fatores de desenvolvimento de um país, em 84% dos lares brasileiros não há um integrante da família com diploma universitário.
O orçamento de 2008 mostrou que 41,6% dos recursos utilizados foram com a dívida pública. Enquanto isso a educação representou apenas 2% dos gastos federais em 2008 e a saúde apenas 3,8%. A situação para 2009 também não era animadora. Já foram gastos com refinanciamentos e serviços das dívidas externa e interna 343 bilhões de reais, que representa 51,15% do dinheiro do contribuinte.
O estudo aponta ainda que o investimento público por estudante na educação superior, em 2000 era de R$ 14.485,00. Em 2007 este valor havia caído para R$ 12.322,00 representando uma redução de 14,93%.
Nós que ajudamos a transformar o sonho em realidade para muitos jovens da nossa região, comemoramos em 2010 esta vitoria, mas não podemos esquecer que a educação ainda não recebe o reconhecimento devido, apesar de ser um dos pilares da formação da sociedade.

O Brasil tem uma dívida com a educação que deve ser reparada o mais rápido possível, pois não é possível um país ser economicamente forte se não tiver uma educação qualificada.
É necessário continuar o esforço na ampliação das vagas, na defesa do direito dos jovens brasileiros a uma educação de qualidade acabando com as enormes desigualdades regionais e sociais.
Pensar a Universidade dos que sonharam, dos que nela estudam, pois, o sonho tornou-se realidade para eles e dos que esperam a sua vaga, implica questionar e participar da construção do projeto pedagógico, dos processos de ingresso e permanência dos jovens na Universidade e das decisões, restrita, aos grupos internos organizados que exclui estudantes, funcionários e a comunidade deste processo.
Precisamos fazer justiça lembrando o que disse Paulo Freire-
“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda".

Marli H. K. da SilvaDiretora Geral do 15º Núcleo do CPERS/SINDICATO

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