28/06/2010

Mais educação! Chega de violência!

por Neiva Lazzarotto*

Artigo publicado originalmente em Zero Hora do dia 25/6/2010

Visitei a escola Ernesto Tocchetto no dia seguinte ao drama do assalto à professora. Fui prestar solidariedade e ver como ajudar nesta hora.
Conversei com a colega professora assaltada por R$ 10 dentro da própria escola, por um ex-aluno, armado com revólver. Testemunhei sua aflição. Ouvi dela que pretendia desistir da profissão, quando se encaminhava a sua médica para solicitar uma licença para se afastar da escola. Abracei-a e disse que contasse conosco, mas que permanecesse, depois da licença, porque ela é muito importante para muitos estudantes.
Desse lamentável fato, ecoam pelo menos dois gritos. O da colega professora e o do adolescente. Como em inúmeras escolas. Ambos são vítimas. Ambos clamam por soluções que venham ajudá-los a ter o suficiente para viver dignamente, a ter segurança.
Acontece que o problema da violência agravou-se tanto, que chegou à barbárie. Ainda mais dentro da escola. Sozinhos, professores, diretores, funcionários, não temos condições para enfrentá-lo. Nos sentimos impotentes e abandonados para cuidar de tantos jovens e crianças.
Urgem ações! Então, o que podem fazer sindicato, governantes, políticos, sociedade civil?
A campanha Crack, Nem Pensar cumpriu importante papel ao abrir o debate sobre as graves consequências do uso da droga sobre os jovens, as famílias, as escolas. Pois, o crack é um combustível para a violência que se generaliza e aniquila vidas.
O Cpers/Sindicato tem um congresso marcado para o final de julho do qual participarão 1,6 mil professores e funcionários das escolas públicas. Será uma boa oportunidade para decidir por ações que estejam ao nosso alcance.
Devemos começar por apresentar exigências aos governantes. Medidas para melhorar a escola pública gaúcha. Desde a adoção da escola de tempo integral e a realização de concursos públicos para educação e segurança, à recuperação de nossos salários. Até programas para promover a saúde e a segurança dos educadores e da comunidade escolar.
Isso, e outras medidas, com certeza, custam menos ao Rio Grande (4% do PIB dos Estados), e ao Brasil, que em breve poderá tornar-se a quinta potência econômica do planeta, do que as vidas que vêm sendo ceifadas. Afinal, as vidas que passam por nossas escolas, o tamanho da responsabilidade que está em nossas mãos, vale o investimento de pelo menos 10% do PIB brasileiro na educação. Ou não?
Mas isto não é suficiente, porque a violência é um problema social decorrente do modelo econômico concentrador e excludente. Então, em tempos de eleição, é preciso pautar a distribuição da riqueza para que todos possam ter vida digna. Para que celebrar “A vida é bela” ou cantar “A beleza de ser feliz” não sejam privilégio de poucos.

*Professora, vice-presidente do Cpers licenciada e pré-candidata a deputada Estadual pelo PSOL/RS.

21/06/2010

Violências contra o magistério (II)

Maria Izabel Cattani
izabelcattani@cattani.adv.br

O assunto volta à tona após noticia do último dia 16 sobre o assalto que uma professora sofreu dentro de uma sala de aula em uma escola estadual de ensino fundamental de Porto Alegre. Teve grande repercussão na imprensa do Estado. Exemplos: Juremir Machado da Silva (Correio do Povo,17/06/2010) escreveu: “Vida de professor transformou-se em atividade de alto risco”. Continua: “A situação é tão melancólica, para bem e para mal, que o assaltante não tinha munição (só um velho revólver). Roubou R$ 10,00 da professora. Essa quantia diz muito, diz tudo, grita como o sintoma de uma doença grave, um mal que está aí, bem aí, mas vai sendo empurrado com a barriga”. E mais: “Talvez a professora assaltada seja uma pessoa sensata, aos 58 anos de idade, e não vá para a escola com muito dinheiro na bolsa. Ou quem sabe, escolada, como todos nós, carregue apenas o dinheiro do transporte e o dinheiro do ladrão. Mais provável é que uma professora, na metade do mês, não tenha mais do que R$ 10,00 para carregar no bolso. Esse é o estado das coisas, o estado ao qual chegamos, o caos”. Paulo Sant’Ana (ZH,17/06/10) diz: “Para se ter uma idéia da penúria das professores, ela só tinha R$ 10,00 na sua bolsa e entregou-os ao ladrão. Que crise!”. Também nesse mesmo jornal (16/06/10) Humberto Trezzi afirma: “O diferente, nesse caso, é que a violência do aluno contra a professora do bairro Jardim Floresta se manifestou por meio de um assalto. Em 25 anos de profissão, jamais li ou ouvi falar de ato semelhante. Mas outros tipos de violência, sim, abundam na relação aluno- professores”. Ora, além da violência física e verbal que os professores vêm sofrendo nas escolas, há aquela orquestrada pelas políticas governamentais que não priorizam a educação e que são, sem dúvida, a origem desses fatos agora lamentados pelos jornalistas. Portanto, a violência não é só na “relação aluno-professores” conforme comentado mais acima, mas governos-professores, o que não é novidade nenhuma. Os professores há muito tempo vêm lutando contra essa situação de desprezo do Estado e de alguns setores privilegiados da sociedade. Não é por acaso, pois, que a coluna de hoje tenha o mesmo titulo da que foi publicada em 04/04/09 quando já comentávamos sobre as muitas violências contra o magistério. Entre elas, dizíamos que a política salarial é a primeira das formas de violência contra o professor, eis que o salário é parte integrante da carreira. Em uma sociedade em que perversamente o dinheiro é um valor máximo, essa situação fulmina injustamente a dignidade profissional dos mestres, pois é um meio iníquo de não reconhecer a sua fundamental, indiscutível e indubitável função social na formação de todos os cidadãos. Da mesma maneira, as demais conquistas dos educadores estão ameaçadas: o plano de carreira com a tal meritocracia, as formas democráticas de educação e as de formação e atuação na sua vida profissional e sindical, entre outras. Neste quadro, o assalto sofrido pela professora em plena sala de aula é mais um, portanto não o único, dos agravantes na atual situação da educação pública do Estado.

Artigo originalmente publicado no Jornal das Missões no último sábado.

17/06/2010

Mãos ao alto, professora

As palavras mudam de sentido. Muda uma letra, ou duas, e muda tudo. Craque virou crack. Vida de professor transformou-se em atividade de alto risco. Uma professora foi assaltada, em Porto Alegre, dentro da sala de aula, por um adolescente armado com um revólver enferrujado, calibre 32. O guri era ex-aluno da escola. Houve um tempo, perdido nas brumas do passado, em que professores e salas de aula eram sagrados. Levava-se maçã para a professora. Muitas vezes, a professorinha era o primeiro amor, idealizado, impossível, platônico, de um menino. A sala de aula era o lugar da autonomia do mestre, um templo, um palco, a esfera maior do conhecimento. Acabou.

As balas de hoje destinadas aos professores são de revólver. A situação é tão melancólica, para bem e para mal, que o assaltante não tinha munição. Roubou R$ 10,00 da professora. Essa quantia diz muito, diz tudo, grita como o sintoma de uma doença grave, um mal que está aí, bem aí, mas vai sendo empurrado com a barriga. Talvez a professora assaltada seja uma pessoa sensata, aos 58 anos de idade, e não vá para a escola com muito dinheiro na bolsa. Ou quem sabe, escolada, como todos nós, carregue apenas o dinheiro do transporte e o dinheiro do ladrão. Mais provável é que uma professora, na metade do mês, não tenha mais do que R$ 10,00 para carregar no bolso. Esse é o estado das coisas, o estado ao qual chegamos, o caos.

E os governos, que ainda não fizeram a parte deles, não garantiram sequer a integridade dos professores, desandam a falar em meritocracia, transferindo para os professores, que ganham pouco e são agora assaltados dentro das salas de aula, a responsabilidade pela falência do sistema. Ao defender a tal meritocracia, os tecnocratas e os políticos, falsamente racionalistas, estão dizendo que se algo vai mal é por culpa da preguiça ou da incompetência dos professores. Essa é uma das maiores infâmias destes dias melancólicos em que, paradoxalmente, fala-se em sociedade da informação, mas se faz do saber uma categoria de quinta classe. Escolinha como objeto de desejo de pais e alunos, só de futebol. Nelas, talvez o mestre ainda seja respeitado e receba doces. Nem que seja por medo de se perder lugar no time.

Eu ainda sonho com um Brasil voltado para a escola como espaço sagrado. Isso só acontecerá a partir do momento em que se considerar o ensino como primordial e os salários forem melhorados a ponto de alterar a vida cotidiana e cultural dos mestres. Um professor precisa ganhar o suficiente para comprar livros todo mês, ir ao cinema, ao teatro, a shows, a bons restaurantes, viajar e sempre ampliar horizontes. Quem não valoriza, não pode cobrar desempenho. Mesmo assim, como se diz popularmente, os professores desempenham, "na moral". Sonho com o dia em que será impossível um ex-aluno ou um aluno apontar uma arma para uma professora. Por respeito, por veneração, por amor. Ou, cinicamente, sonho com o dia em que, ao menos, a professora terá R$ 50,00 na sua bolsa.

Por Juremir Machado
Correio do Povo, 17 de junho de 2010.

Observação: Ontem Neiva Lazzarotto esteve na escola prestando nosso apoio à colega!

16/06/2010

Eleitores escolhem educação como quarta prioridade na atenção do próximo presidente

Por Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil Brasília

A educação aparece como a quarta área que, segundo os eleitores, merece receber mais atenção do próximo presidente da República - perde apenas para a saúde, a segurança pública e o emprego. É o que aponta uma pesquisa divulgada hoje (9) pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM), do Ibope, a pedido do movimento Todos pela Educação.
O estudo constata que a educação ganhou importância para o eleitor desde o último pleito em 2006, quando ocupava o 7° lugar nesse ranking. Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, o resultado indica que o brasileiro passou a priorizar as áreas de resultado a longo prazo. “Pesquisas semelhantes mostram que essa crescida da educação é consistente, ano a ano ela galga uma posição. Essa mensagem é muito importante”, disse.
Os 2 mil eleitores entrevistados destacaram como pontos fortes da educação básica a merenda escolar (29%), o número de escolas e de vagas existentes (25%) e o material didático (25%). Entre os pontos fracos estão o salário do professor (46%), a segurança nas escolas (46%) e a qualificação do corpo docente.
Os entrevistados também elegeram as medidas que os próximos governantes devem priorizar para melhorar a educação pública no país. No topo das necessidades está melhorar o salário do professor (41%), equipar melhor as escolas já existentes (29%), criar escolas profissionalizantes (28%) e melhorar a segurança nas unidades de ensino (28%). Cada entrevistado podia escolher três opções em uma lista de 16 medidas.
Para a diretora executiva do IPM, Ana Lucia Lima, o resultado da pesquisa revela uma maturidade maior do eleitor. “Isso é uma evolução importante em relação aos momentos anteriores, quando a população pensava que só era precisa construir escola e quase que se esquecia do capital humano, que talvez seja o mais importante de tudo”, afirmou.
O estudo também mostra que o brasileiro está dando mais importância à questão da avaliação do ensino. Em 2006, 29% dos entrevistados disseram não conhecer os exames que avaliam a educação básica, índice que caiu para 13% em 2010.
Ana Lucia destaca outra informação importante na pesquisa. Em 2006, 10% dos entrevistados não sabiam dizer de quem era a responsabilidade pela educação básica, taxa que caiu para 1% em 2010. Para 55% dos entrevistados, quem mais contribui para a qualidade da educação foi o governo federal, seguido pelos municípios e os estados.
A diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, acredita que a pesquisa manda um recado claro aos candidatos a cargos eletivos em diferentes níveis de que é preciso apresentar propostas consistentes para a área de educação. “Nós esperamos que os candidatos entendam o que a população está dizendo. A educação é uma agenda cada vez mais importante que encostou em áreas que historicamente eram prioritárias como a saúde e a segurança. O brasileiro está entendo que a educação no final das contas é o que é capaz de mudar o país”, afirmou.

Edição: Aécio Amado

15/06/2010

Acesse nossa tese ao VII Congresso Estadual do CPERS

TESE 9 - Mudar a educação e a sociedade - A 5ª economia do planeta tem que ter a 5ª educação Clique aqui...

Veja também distribuição das vagas por núcleos. Clique aqui...

Congresso do CPERS: oportunidade para importantes debates e decisões

De 31 de julho a 1º de agosto acontecerá o VII Congresso do CPERS/Sindicato. Será uma boa oportunidade para a categoria dos educadores realizarem uma avaliação do que aconteceu nos últimos tempos na educação e na sociedade, a atuação do nosso sindicato.

Principalmente, pensar o futuro. Discutir posicionamentos da categoria e do CPERS frente aos governos, às políticas educacionais, ao serviço público e aos direitos dos trabalhadores.

Nisto está incluída a tarefa de pensar uma Carta-Compromisso aos candidatos ao governo do estado apresentando nossas principais demandas. Como mais verbas para a educação,  manutenção dos planos de carreira, não adoção da meritocracia, recuperação do salário e implantação do piso salarial para todos os educadores, atenção à saúde plena dos educadores,  formação para professores e funcionários, concurso público imediatamente. Entre outros que deveremos discutir e aprovar no Congresso.

Nosso congresso tem que ser um marco de intervenção do CPERS no processo eleitoral. Ou seja, não dá para um sindicato da importância e peso social que tem o CPERS não deixar sua marca neste processo. Temos que fazer diferença. Isto não significa apoiar qualquer candidatura, mas colocar na pauta a importância que a Educação Pública tem.

Você é nosso convidad@ a participar como delegad@. Por isso, leia nossa tese " Mudar a Educação e a Sociedade" , de nº 9, no anexo. Veja também o número de delegados que podem ser eleitos no seu núcleo. Acompanhe a data da assembleia regional do seu núcleo, para você e  seus colegas participarem e serem eleitos delegados.

Será uma honra tê-los conosco do Avante Educadores e outros coletivos que subscrevem nossa tese.

Grande abraço

Neiva Lazzarotto

Coordenação do Avante Educadores
( 2ª Vice-Presidente do CPERS, licenciada)

Professores também são alvo de bullying

Alunos se unem para constranger e agredir docentes usando a internet
A professora de Educação Física Etiene Selbach Silveira, 42 anos, mal conhecia o Orkut quando foi apresentada ao site de relacionamentos, há cinco anos, da pior forma possível. Soube por amigas, entre uma aula e outra, que alunas haviam criado uma comunidade virtual recheada de comentários maldosos e humilhantes, intitulada “Eu odeio Etiene”. A frustração foi tanta que a educadora abandonou a profissão e decidiu nunca mais voltar a lecionar.

Etiene não tem dúvidas: foi vítima de cyberbullying, a prática repetitiva de agressões psicológicas via internet. Algo que acreditava acontecer apenas entre adolescentes e que, assim como o bullying, ganhou espaço na mídia como um problema estudantil.

– O que eu vivi, não desejo para ninguém. Sempre me dei bem com meus alunos. Foi um choque saber o que aquele grupinho estava fazendo – conta Etiene.

Na comunidade virtual, a ex-professora deparou com uma foto sua marcada com um xis de ponta a ponta. Leu xingamentos e críticas em relação à forma como se vestia, ao seu modo de agir e até ao seu corpo. Os textos eram escritos, segundo ela, por sete meninas. Todas eram suas alunas em um colégio particular da Capital, que ela prefere não revelar para evitar novos constrangimentos. As garotas, conforme Etiene, também a confrontavam e a desrespeitavam em aula, de forma acintosa.

Cerca de 25% dizem ter sofrido alguma agressão

Com cópias do conteúdo do site em mãos, a ex-educadora buscou ajuda no Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Estado (Sinpro-RS). Foi orientada a registrar tudo em cartório. Feito isso, procurou a direção da escola e contou o que estava acontecendo. Exigiu providências.

– Depois de muita insistência, chamaram os pais de uma das meninas e falaram com ela. A comunidade foi fechada, mas eu não tive mais sossego. Dois meses depois, fui demitida sem nenhuma explicação – desabafa Etiene, que prefere também não revelar o conteúdo dos ataques.

O caso de Etiene, garante a diretora do Sinpro-RS, Cecília Farias, não é o único – pelo contrário. Toda semana, educadores procuram a entidade, onde foi criado o Núcleo de Apoio ao Professor Contra a Violência, relatando problemas do tipo. Uma pesquisa recentemente divulgada pelo órgão revelou que 23,5% dos professores de instituições particulares gaúchas dizem sofrer agressões via internet, sendo que 86% delas têm alunos como autores. Com medo de acabarem na rua, muitos evitam recorrer a diretores e coordenadores pedagógicos.

– O problema é que os alunos, muitas vezes, são vistos como clientes e acham que podem tudo – avalia a diretora sindical.

Entre os responsáveis pelo quadro negro na rede pública estadual, a situação parece se repetir. Conforme a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane de Oliveira, 40% das licenças de saúde ocorrem por problemas psicológicos, muitas vezes provocados por ameaças e ofensas repetidamente causadas por alunos.

juliana.bublitz@zerohora.com.br livia.meimes@zerohora.com.br

JULIANA BUBLITZ E LIVIA MEIMES

De Zero Hora 14 de junho de 2010.

Inativos do Estado nascidos em maio têm prazo até dia 30 para realizar recadastramento

Os servidores inativos do Poder Executivo Estadual nascidos no mês de maio têm prazo até 30 de junho para efetuar o seu recadastramento nas agências do Banrisul onde recebem suas aposentadorias.
Os inativos nascidos nos meses anteriores que ainda não fizeram o recadastramento também devem procurar o Banrisul, o mais breve possível, para a regularização. O não-recadastramento pode implicar em atraso e suspensão do recebimento dos proventos até a sua regularização.
Quem não puder comparecer à agência do Banrisul onde recebe seus proventos por doença grave ou incapacidade de locomoção pode realizar a atualização por meio de uma procuração.
Todas as informações sobre a atualização cadastral estão disponíveis no Portal do Servidor: www.servidor-rhe.rs.gov.br


Calendário:

Nascidos em: Prazo para atualização cadastral:

Maio Abril de 2010 a Junho de 2010

Junho Maio de 2010 a Julho de 2010

Julho Junho de 2010 a Agosto de 2010

Agosto Julho de 2010 a Setembro de 2010

Setembro Agosto de 2010 a Outubro de 2010

08/06/2010

Nota da Intersindical sobre o Conclat dos dias 5 e 6 de junho de 2010 em Santos

1 - A Intersindical saúda todas as entidades sindicais e movimentos populares que se empenharam em construir o CONCLAT, fazendo inúmeras assembleias com os trabalhadores e trabalhadoras, elegendo delegados e delegadas, fazendo um esforço político e financeiro para a viabilização do Congresso da Classe Trabalhadora – Conclat, na perspectiva de construir um instrumento de luta, uma central, para organizar e dar voz a todos os lutadores e lutadoras, para organizar e aprofundar o combate ao Capital e aos governos neoliberais.

2 - Infelizmente, o que não desejávamos aconteceu! Tivemos que interromper o processo de fundação da central. O debate sobre a construção da nova Central (natureza, política e nome) revelou a mais absoluta falta de vontade, por parte da maioria da CONLUTAS, em construir uma síntese de opiniões divergentes, optando pelo método, a partir de uma maioria numérica (pequena e eventual) de delegados e delegadas no congresso, de querer impor uma única visão.

3 - O setor majoritário, Conlutas, de forma intransigente, impôs uma limitação ao riquíssimo processo de unidade, que culminou, simbolicamente, no debate de nome. A Intersindical e diversos setores sempre deixaram explícito que era preciso construir o NOVO, que não aceitávamos a simples junção de nomes, que era necessário um nome que expressasse uma concepção política classista e independente dos trabalhadores e trabalhadoras; e que neste processo de complexo de construção da unidade, o método deveria ser o da construção coletiva, sem exclusão e sem preponderância de qualquer setor.

4 - Para nós, e para maioria dos lutadores e lutadoras presentes no Conclat, qualquer nome defendido pelas organizações convocantes, seria absolutamente aceito por todos os delegados e delegadas do congresso, exceto um que significa-se a justaposição de apenas duas experiências que, apesar de importantes, têm limitações e que por isso mesmo se esforçaram com outros setores para realizar este congresso e construir a unidade. A construção desta unidade é mais que apenas um ajuntamento de parte das organizações que estão envolvidas hoje.

5 - Para nós da Intersindical o processo de formação da Central está em curso. Os impasses que perduram, dizem respeito à concepção de central e de democracia operária e culminou na tentativa de imposição por parte do setor majoritário em aprovar como nome da central “Conlutas-Intersindical”, mesmo com a nossa desautorização, expressa em plenário, sobre a utilização do nome da Intersindical na proposta.

6 - Reiteramos nossa disposição em construir um instrumento de luta unitário dos/das militantes combativos/combativas que defendem a superação do capitalismo, mas reafirmamos também que não aceitaremos o método da imposição que se expressou no debate sobre o nome Conlutas-Intersindical não possibilitando a unidade e desrespeitando a caminhada e o esforço coletivo de todos os setores presentes nesta construção. Muito menos condiz com a idéia de uma Central que faz uma síntese da rica experiência do processo de reorganização do movimento sindical e popular dos últimos anos e que se abre para incorporar o máximo possível da nossa classe na luta contra a exploração.

7 - Nos orgulhamos muito em saber que todos os setores que participaram do Conclat seguem juntos na luta, contra a repressão aos movimentos sociais, contra a retirada de direitos, pelo fim da exploração capitalista e contra os governos que aplicam estas políticas. Conclamamos que cada setor se esforce para superarmos os impasses e concretizar uma organização comum que anime e organize e luta dos trabalhadores e trabalhadoras para que estes possam dar sua contribuição, rumo a construção do socialismo.

Coordenação Nacional da Intersindical

A ESCOLA QUE TEMOS E A ESCOLA QUE QUEREMOS

"Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha,
que nãoo tem medo do risco, por isso se recusa ao imobilismo.
A escola em que se pensa, em que se cria, em que se fala, em que se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida"
Paulo Freire

Acompanhando a angustia e a expectativa dos educadores, em melhorar a qualidade da educação e a valorização dos mesmos, incentivar e promover o diálogo, socializar as práticas educativas e as alternativa de solução de conflito, o 15º Núcleo, organizou o 10º Curso de Formação.

“A Escola que temos e a Escola que queremos” aborda e debate temas como o Bullying, a saúde psíquica e física dos trabalhadores, a previdência, a mobilização em defesa dos educadores e da Escola Pública.

Iniciou dia 04/06 com o tema BULLYING, ministrado pelo Prof. Aloizio Pascoal Pedersen. Bulling é uma discriminação, feita por alguns alunos contra outro. São atos agressivos, intencionais e repetitivos, como apelidos , chutes, empurrões e puxões de cabelo, represalias aos alunos "esforçados" , comportamentos que ocorrem sem motivação evidente .

O BULLYING é um problema mundial, é encontrado em qualquer escola. As escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.

Quantas notícias envolvendo agressões e até morte e bullying teremos que ler para começar a reagir?

Leia aqui a reportagem do jornal local.

Leia mais sobre o tema e aqui.

As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, devem envolver toda a comunidade escolar, e podem contribuir positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade. Mas, estas atitudes não são simples de resolver, atitudes que podemos modificar de um dia para o outro. É preciso discutir e falar sobre o tema e sobre os casos que surgem na Escola. É urgente também que se adote políticas públicas sérias e efetivas contra abusos físicos e morais cometidos na escola.

No dia 05 de junho pela manhã o tema abordado foi EDUCAÇÃO E EDUCADOR UMA ABORDAGEM SÓCIO -HISTÓRICA, com a Mestre, Doutora em História e Docente Universitária -Thais Wenczenovicz.

Abordou e fez uma reflexão sobre o contexto atual, marcado por grandes transformações políticas, sociais, econômica e tecnológicas. E entre essas mudanças as novas tecnologias de comunicação e informação evoluíram muito rapidamente, afetando profundamente as formas de produzir, disseminar e compartilhar o conhecimento nos diversos setores da sociedade.

Encerrou com a animação " Leonel Pé-de-vento" e a reflexão sobre a frase de Nóvoa, 2005 “Uma marca que tem acompanhado a história da profissão docente é o meio-termo: não devem saber demais nem de menos; não deve se misturar com o povo nem ricos; não são (bem) funcionários públicos, nem profissionais liberais...”

No turno da tarde o tema abordado foi A ESCOLA INCLUSIVA É UM DIREITO DE TODOS E PARA TODOS, com a Sara Regina da Gama Mor- que é Aposentada da Justiça do Trabalho e Pós-Graduada em Educação Especial.

Enfatizou que o apoio de seus pais, familiares e escolas por onde estudou foi fundamental para tornar-se a pessoa independente que é hoje, que souberam dar esperança para acreditar, energia para transformar e perseverança para prosseguir, fazendo a diferença.

Reconhece que a deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidade com as demais pessoas.

A próxima etapa acontecerá no dia 25 de junho, 14h no Clube 14 de Julho, na Av. Sete de Setembro com o tema -
OS RUMOS DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA E A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR com o Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul - Cláudio Augustin

Acesse as fotos e mais informações em

www.cpers15nucleo.com.br


Marli H. K. da Silva

Diretora Geral do15o Núcleo do CPERS/SINDICATO

Veja fotos do Curso:




06/06/2010

Saudação de Plínio ao Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat)

Teve início neste sábado o Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), na cidade de Santos, São Paulo. A atividade reúne cerca de três mil pessoas, com a participação de convidados de 24 países. Até amanhã (6 de junho) será discutida a criação de uma nova central sindical independente de partidos e governos, autônoma e comprometida com a defesa dos interesses dos trabalhadores. Plínio Arruda Sampaio, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, havia se comprometido a participar da abertura do evento. Mas um problema familiar o impediu. Por isso Plínio encaminhou ao encontro a carta abaixo.

Prezados camaradas,

Saúdo com grande alegria o Congresso da Classe Trabalhadora – o CONCLAT que realmente está a serviço dos trabalhadores, e não aquele que aconteceu na semana passada, apenas para legitimar a submissão da maioria das centrais sindicais que existem no país, incluindo a CUT, ao governo Lula e o apoio a sua candidata.
As derrotas sofridas pela classe trabalhadora com o avanço da contra-revolução neoliberal causaram, entre muitos prejuízos, a fragmentação da esquerda. Daí a enorme importância do encontro que hoje reúne a Pastoral Operária e as organizações socialistas – Intersindical, Conlutas, MTST, MTL, MAS e outras – no esforço de construção de uma nova central sindical a serviço da classe trabalhadora.
A classe trabalhadora sabe, por experiência própria, que as medidas de “ajuste fiscal” caem sempre sobre as costas dos que criam as riquezas do país pelo seu trabalho.
Neste CONCLAT, os trabalhadores, em um gesto de lucidez e generosidade, estão dando uma lição extraordinária de maturidade política aos partidos socialistas que não se renderam ao governo Lula e à ordem, bem como a toda a sociedade.
Quero, neste momento, empenhar minha integral solidariedade à proposta de criação da nova central sindical no Brasil. Ela dará mais força à pressão operária e será o grande instrumento de ação para intervir até o momento em que, despertadas do sonambulismo em que se encontram imersas, as massas populares decidirem sair às ruas para defender seus direitos.
Oxalá os partidos socialistas, espelhando-se no exemplo de sua base operária, tomassem a decisão de reeditar a Frente de Esquerda de 2006. Gostaria mesmo de dizer que ela é, em 2010, mais necessárias do que na eleição presidencial passada. A direita, aparentemente dividida em três candidaturas, está na realidade bem unida em torno da implementação do modelo neoliberal. Além disso, tudo indica que, a continuar a crise econômica que, avalio, tem caráter estrutural, o “saco de bondades” do governo Lula será substituído pelo saco de maldades do novo governante, seja ele quem for.
Para enfrentar essa ameaça, a esquerda socialista deve apresentar-se com um sólido programa de lutas, construído unitariamente e em total sintonia com as reivindicações e aspirações da classe trabalhadora. Por isso, reafirmo que ainda não desisti da Frente de Esquerda e que ainda há tempo para consolidá-la até o período legal de encerramento das convenções partidárias. A luta pelo socialismo daria também um passo a frente com a unidade política dos partidos socialistas na disputa presidencial deste ano.
Finalizo reiterando meus cumprimentos à nova central ora gestada e desejando todo êxito a esse projeto. Viva o socialismo! Viva a classe trabalhadora! Viva a nova central sindical combativa, autônoma e independente que nasce deste encontro.

São Paulo, 05 de junho de 2010.

Plínio Arruda Sampaio“

Militantes do Avante Educadores com Plínio durante o Seminário de Programa de governo promovido pelo PSOL nos dias 5 e 6 de junho em Porto Alegre.

04/06/2010

INTERSINDICAL realiza ato de recepção de sua delegação no centro de Santos

Hoje pela manhã iniciou a chegada das delegações da INTERSINDICAL ao CONCLAT que unificará a Conlutas e a INTERSINDICAL na mesma central sindical. O ENLACE-Sindical promoveu um ato no centro de Santos, organizado pelo Sindicato dos Bancários de Santos e Região, que recebeu as delegações que foram chegando de várias partes do país. O ato tratou da questão da saúde pública e da epidemia de dengue em Santos e outros lugares, além de pautas que as várias delegações trouxeram de seus estados.
Agradecemos a população de Santos pela recepção.

Vamos à unificação, criar a central sindical classista e popular.

Veja fotos do ato:

CONGRESSO DA CLASSE TRABALHADORA faz contraponto à Conferência Nacional de centrais sindicais governistas


Nos dias 5 e 6 de junho, no Mendes Centro de Convenções, na Cidade de Santos (SP), acontece o CONGRESSO DA CLASSE TRABALHADORA. Esse evento do movimento sindical e popular é convocado pela Coordenação Nacional de Lutas - Conlutas, a Intersindical, o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - MTL, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST, o Movimento Avançando Sindical- Mas e representantes da Pastoral Operária da Cidade de São Paulo.
Ao todo participam deste Congresso 537 entidades, e dentre estas 238 Sindicatos, além de oposições sindicais e movimentos populares. Serão cerca de 3.200 delegados de todas as partes do país, eleitos em mais de 900 assembleias realizadas nos meses de abril e maio deste ano.
Este Congresso representa um contraponto a Conferência que foi realizada no dia 1º de junho principalmente pelas cinco centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, NCST e CGTB) que apóiam o Governo Lula. Estas centrais representam o movimento sindical que foi domesticado, abrindo mão da defesa dos interesses dos trabalhadores para apoiar as medidas e participar do governo.

O CONGRESSO DA CLASSE TRABALHADORA vai expressar um setor importante do movimento sindical e popular que tem conquistado muita força nas lutas que os trabalhadores brasileiros vem protagonizando nos últimos sete anos. A proposta é o fortalecimento de um movimento sindical e popular independente dos governos, dos patrões e do Estado, e também sem o controle dos partidos políticos.
O CONGRESSO DA CLASSE TRABALHADORA tem por objetivo a construção de uma central de trabalhadores que unifique em uma mesma entidade nacional as organizações que o convocaram e as que se somaram durante a sua preparação.
Do Rio Grande do Sul ganham destaques duas delegações, dentre outros trabalhadores: 122 delegados da base do CPERS/Sindicatos e 6 da UFRGS, representando técnicos administrativos e professores.

Neiva Lazzarotto
Coordenação Estadual da Intersindical

Neiva Lazzarotto participa da construção do programa de educação do PSOL Nacional

Nos dias 29 e 30 de maio, foi realizado em Proto Alegre um dos seminários de construção do programa de governo da candidatura Plínio de Arruda Sampaio, pré-candidato a Presidência da República pelo Partido Socialismo e Liberdade. Os militantes do Avante Educadores estiveram presentes, com a participação destacada de Neiva Lazzarotto que relatou as discussões realizadas, no estado, sobre os temas educacionais.
Neiva Lazzarotto, junto com Berna Menezes (pré-candidata ao Senado), têm sido militante dedicada na construção e elaboração de políticas educacionais. Ambas tiveram papel destacado nas discussões da Conferência Nacional de Educação no RS, junto com outros militantes do Avante Educadores. Neiva também participou da etapa nacional da conferência como delegada.
Por isso, o PSOL-RS se destaca no país por sua luta em torno da educação, comprovada pela sua atuação no CPERS e em vários municípios, e por sua elaboração política sobre um dos temas tão importantes que devem pautar qualquer plano sério de governo.
Na presença de Plínio, Neiva expôs, já na sexta à noite, alguns elementos que devem pautar a política de educação do PSOL, como a destinação de no mínimo 10% do PIB para a educação, política de valorização dos profissionais de educação e a implementação do piso salarial nacional para professores.
Neiva afirmou que: “Se seremos a 5° maior economia do planeta, por conta da exploração do pré-sal, não é possível que nosso país não tenha no mínimo a 5° melhor educação. Hoje o Brasil já é um país rico, mas ainda deve seu atraso social, em parte, pelo sucateamento da educação pública. O PSOL precisa mudar isso!”

Veja algumas fotos da atividade: