31/05/2010

Para provar que educação de qualidade não precisa de meritocracia

Até a Zero hora nos dá argumentos...

MERITOCRACIA EM DEBATE
O modelo finlandês

A visão

Os mais capazes devem se tornar professores.

A política

O investimento público é pesado no país com melhor qualidade de ensino: 15% do orçamento nacional são geridos pelo Ministério da Educação. O ensino público é de alto padrão, gratuito, até o nível superior, e se concede às escolas e aos professores um grau elevado de autonomia. Com grande frequência, há nas salas de aula um segundo professor, que pode dar uma atenção mais personalizada às crianças com dificuldade.

O que faz para ter bons professores

O foco está na formação e no recrutamento. É preciso ter, no mínimo, mestrado para lecionar. E tudo é feito para que as pessoas mais capazes – aquelas que se destacavam na escola – optem pelo magistério. Os professores têm um prestígio elevado, os salários são altos, as férias são longas e a carga de trabalho é pequena. As promoções são por tempo de serviço e, depois de contratados, os professores não são avaliados.

O detalhe

As crianças entram na escola só aos sete anos, e as turmas são pequenas, de no máximo 24 alunos.

“Não há avaliação”
Sirkku Kupiainen, professora da Universidade de Helsinque


ZH – O salário é atrativo, comparado com o de outras profissões?

Kupiainen – O salário inicial, com a qualificação mínima, é de 2.350 euros (R$ 5.450), com 10 semanas de férias no verão. Na área de exatas, a tendência é pagar mais. Para um doutor, o salário inicial é acima de 3 mil euros (R$ 6.960), mas a formação dele é mais árdua e demorada. A carga horária semanal é de 24 horas.

ZH – Como se decidem os aumentos?

Kupiainen – Os professores são funcionários municipais cobertos por acordos entre as prefeituras e os sindicatos. Não existe um sistema de avaliação que sirva para atrelar os salários aos resultados dos professores. As autoridades sequer sabem quais têm melhor desempenho.

28/05/2010

Avante Educadores participa do 3º Seminário Antirracista da Assufrgs

Militantes do Avante Educadores participaram, ontem, do 3º Seminário Antirracista da Assufrgs Sindicato(Associação dos Servidores da UFRGS).

O 3º Seminário Antirracista promovido pela Assufrgs abordou a questão da implementação da Lei 10.639 na Ufrgs e a situação das políticas afirmativas como as cotas para negros, indígenas e estudantes de escolas públicas.
A presidente do CA da Biomedicina da UFRGS, Adriana Corrêa, fez menção à luta dos Educadores da rede estadual pela melhoria da escola pública e saudou Neiva Lazzaroto, presente na platéia. Adriana Comentou sobre sua experiência como cotista e propôs medidas que aumentem as políticas afirmativas na UFRGS, como ampliação da assistência estudantil e alterações no ponto de corte para cotistas ingressarem pelo vestibular.

Saiba mais em http://www.assufrgs.com.br/site2006/site_novo/?inc=noticia_mostra¬icia_id=2683

Veja fotos da participação de mais militantes do Avante Educadores no Seminário

Plano Nacional de Educação em debate na URI- Campus Erechim

A URI- Campus Erechim, realizou um debate sobre o Novo Plano Nacional de Educação, no dia 26 de maio, dentro da programação do VI Congresso Internacional das Linguagens. O Congresso reuniu centenas de participantes. Professores universitários, professores das redes pública estadual e municipal, gestores, estudantes universitários.

Neiva Lazzarotto, que esteve acompanhada pela professora Marli da Silva Diretora do Núcleo do CPERS, participou como painelista de um rico debate sobre a construção do Plano Nacional de Educação para a década 2011-2020. Foram painelistas também a Deputada Federal Maria do Rosário, o Professor Celso Antunes de São Paulo, a Professora Sonia Balzano representando a SEC-RS.

A fala de Neiva esteve baseada nos seguintes eixos: o momento em que se elabora o novo PNE, de crise mundial e cortes nos investimentos públicos; a destacada posição econômica do Brasil no cenário mundial; avaliação do não cumprimento das principais metas do atual plano nacional; a crítica ao não cumprimento do piso salarial de R$ 1.312,00 para educadores, a imposição pelo MEC do exame nacional para professores, aos ataques às carreiras dos educadores com a tentativa de adoção da meritocracia pelo governo Yeda, além da defesa deste tema pelos principais presidenciáveis; as principais metas aprovadas na CONAE, com destaque para o necessário investimento de 10% do PIB em educação até 2014 para garantir uma educação de qualidade capaz de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país.

“Nosso país poderá se tornar a 5ª potência econômica na próxima década. Precisamos que nossa educação seja compatível com a posição internacional que o Brasil ocupa”, destacou Neiva, para quem o país tem condições de superar a dívida que tem com a educação e com a maioria do seu povo. Neiva agradeceu o convite formulado pelos seus mestres do Curso de Letras ( Lionira, Paulo, Lúcia) e parabenizou a universidade onde fez sua graduação pela importante iniciativa do debate.

UFFS, do SONHO a REALIDADE, uma LUTA permanente

Em 2005, o 15º núcleo do CPERS SINDICATO junto com os Movimentos sociais e os trabalhadores ligados aos sindicatos urbanos, sonharam e ajudaram a transformar o sonho em realidade, a concretização da Universidade Federal na região norte do RS.
O 15º núcleo como membro da Comissão Pró-Universidade Federal, esteve presente na construção e organização das atividades de mobilização, dos debates nas Escolas, das Plenárias Municipais e do Ato Público que reuniu uma grande representação regional que percorreu a avenida principal de Erechim, convidando a todos para integrarem-se ao movimento e no abaixo-assinado.

Clique aqui e leia a reportagem da época


A criação desta Universidade Federal na região oportunizou o acesso de mais jovens em um curso superior, no entanto ainda não será possível proporcionar este espaço, a todos jovens em idade de cursá-lo. Hoje, mais de 70% das matrículas dos estudantes do ensino superior são da rede privadas. Nos anos 60, essa relação era inversa 60%, nas universidades públicas e 40% em escolas particulares.
O INEP divulgou vários dados entre eles que as instituições públicas apresentaram melhor avaliação que as privadas, mostrando que, ao contrário do que se divulga, na área pública é que se faz pesquisa e se investe numa educação de qualidade, mesmo com todas as dificuldades. Outro estudo aponta que o investimento direto na educação superior em 2000 era de 0,7% do PIB. Em 2007 permanecia o mesmo.
Mesmo a educação sendo apontada como um dos principais fatores de desenvolvimento de um país, em 84% dos lares brasileiros não há um integrante da família com diploma universitário.
O orçamento de 2008 mostrou que 41,6% dos recursos utilizados foram com a dívida pública. Enquanto isso a educação representou apenas 2% dos gastos federais em 2008 e a saúde apenas 3,8%. A situação para 2009 também não era animadora. Já foram gastos com refinanciamentos e serviços das dívidas externa e interna 343 bilhões de reais, que representa 51,15% do dinheiro do contribuinte.
O estudo aponta ainda que o investimento público por estudante na educação superior, em 2000 era de R$ 14.485,00. Em 2007 este valor havia caído para R$ 12.322,00 representando uma redução de 14,93%.
Nós que ajudamos a transformar o sonho em realidade para muitos jovens da nossa região, comemoramos em 2010 esta vitoria, mas não podemos esquecer que a educação ainda não recebe o reconhecimento devido, apesar de ser um dos pilares da formação da sociedade.

O Brasil tem uma dívida com a educação que deve ser reparada o mais rápido possível, pois não é possível um país ser economicamente forte se não tiver uma educação qualificada.
É necessário continuar o esforço na ampliação das vagas, na defesa do direito dos jovens brasileiros a uma educação de qualidade acabando com as enormes desigualdades regionais e sociais.
Pensar a Universidade dos que sonharam, dos que nela estudam, pois, o sonho tornou-se realidade para eles e dos que esperam a sua vaga, implica questionar e participar da construção do projeto pedagógico, dos processos de ingresso e permanência dos jovens na Universidade e das decisões, restrita, aos grupos internos organizados que exclui estudantes, funcionários e a comunidade deste processo.
Precisamos fazer justiça lembrando o que disse Paulo Freire-
“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda".

Marli H. K. da SilvaDiretora Geral do 15º Núcleo do CPERS/SINDICATO

Parabéns, Viadutos pelos 51 anos!

28 de maio de 2010

As comemorações estão sendo um sucesso.

Meu querido Viadutos completa 51 anos de emancipação neste dia 28 de maio. Um pequeno, belo e acolhedor município localizado no Alto Uruguai gaúcho, próximo a Erechim. Terra de gente trabalhadora, acolhedora. Povo a quem muito devo, pelo aprendizado de vida, de experiência profissional na educação e de militância política.

Participei com minha família e amigos da XI Festa Nacional do Boi Recheado no último dia 22. Foram cerca de 1.200 pessoas prestigiando o evento, que tem reconhecimento nacional pela sua grandeza. Tenho orgulho da iniciativa do meu tio Elias Tochetto, que com seus amigos, criou o Boi Recheado; das pessoas que fazem esta e de tantas outras festas reconhecidas na região, estado e país.

Agradeço o carinho da comunidade, de meus amigos, ex-colegas, de lideranças políticas e comunitárias, da administração municipal na pessoa do Prefeito Celso Demarco. Em retribuição à acolhida e generosidade do povo viadutense tenho dedicado meus dias lutando por uma educação de qualidade, pelos direitos dos trabalhadores da cidade e da roça, pelo respeito aos pequenos municípios.

Neiva Lazzarotto

Fotos de Luiz Carlos Layser



20/05/2010

CADASTRO DE CONTRATOS TEMPORÁRIOS

O DO de 19/05/2010, publicou na pg. 15 o edital das inscrições para contratos temporários para as funções de Orientador Educacional e de Supervisor Escolar.

O Decreto Estadual 47225 de13/05/2010, publicado no DO de 14/05/2010 autoriza o limite de 1000 contratos para cada função.

A remuneração corresponderá ao vencimento do Nível 5, classe A da carreira - R$ 621,95 mais o abono de R$ 42,90, valores brutos para 20 horas semanais.

Uma solicitação antiga e necessária para a educação de Qualidade que a Escola Pública necessita, mas reafirmamos a necessidade de Concurso Público para atender esta e as demais necessidades de recurso humano.
Estes números foram divulgados na Pesquisa e demonstram que
:
- 60%, das Escolas não tem serviço de Orientação Educacional;
58,5%, das Escolas sofrem com a falta de recursos humanos
47,1%, afirmam que o número de professores disponíveis é insuficiente
58,5%, afirmam que o número de funcionários de escola não atendem a necessidade da Instituição

Exigimos concurso Público, afinal,educar é nossa vida;
lutar, nossa lição.

Marli H. K. da Silva

Diretora Geral do 15o Núcleo do CPERS/SINDICATO

18/05/2010

Como deve ser um novo Plano Nacional de Educação?


Por: Otaviano Helene e Lighia B. Horodynski-Matsushigue)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sancionada em 20 de dezembro de 1996, exigia que o poder executivo encaminhasse ao Congresso Nacional, em um prazo de um ano, um projeto de Plano Nacional de Educação (PNE). Esse prazo se esgotou sem que o governo federal tivesse cumprido com sua obrigação legal.
Tendo em vista a exigência da LDB e a história de lutas da sociedade brasileira em defesa da educação pública, muitas entidades da sociedade civil, organizadas por meio do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública e de dois Congressos Nacionais de Educação, elaboraram um PNE e prepararam-se para participar ativamente das discussões que ocorreriam em âmbito nacional. Esse PNE da sociedade brasileira foi apresentado à Câmara dos Deputados no início de 1998. O projeto do executivo foi apresentado um dia depois.[1] Assim, o Congresso Nacional passou a ter em mãos dois projetos de PNE.
Os dois projetos foram debatidos pelo Congresso que acabou por aprovar uma versão que continha vários itens extraídos da proposta apresentada pelas entidades da sociedade brasileira, em especial a previsão de recursos financeiros, coisa que inexistia na versão do poder executivo. Embora os cálculos apresentados pelo PNE da sociedade brasileira estimassem em 10% do PIB os recursos necessários para viabilizar uma real recuperação da educação pública nacional e, em conseqüência, a possibilidade de que seriam cumpridas as metas estabelecidas, o Congresso nacional aprovou um valor menor, 7% do PIB[2]. Apesar desse rebaixamento, a definição dos recursos necessários, tendo como base de cálculo o PIB nacional, ou seja, uma medida da efetiva capacidade de investimento de cada nação, foi considerada uma vitória, ainda que parcial. Além disso, o valor aprovado continua sendo cerca de duas vezes superior aos valores historicamente investidos em educação pública no país.
Os 10% do PIB destinados à educação eram uma espécie de sonho para os educadores e todos aqueles interessados na promoção do desenvolvimento social, cultural e econômico do país: em uma década teríamos mudado completamente o caótico, injusto e ineficiente sistema educacional brasileiro. O valor aprovado pelo Congresso Nacional, se não era um sonho, pelo menos nos livraria da crônica falta de recursos e deixava ainda alguma margem para perspectivas otimistas.
Entretanto e infelizmente, mesmo esse percentual reduzido foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique. Assim, o PNE começou mal: havia metas a serem cumpridas, mas não havia a previsão de recursos para tal. De um plano, transformou-se em uma ilusão: como satisfazer as metas sem os necessários recursos?
Assim que o PNE foi promulgado, iniciou-se uma campanha pela derrubada do veto aos recursos financeiros. Essa campanha fortaleceu-se quando o programa apresentado pelo presidente Lula, em sua primeira campanha presidencial vitoriosa, previa o estudo da derrubada daquele veto. Embora a redação fosse essa - um estudo da derrubada do veto -, muitos otimistas a liam como um compromisso explícito com a derrubada do veto. Mas isso era ilusão: não houve iniciativas sérias nem do poder executivo, nem do parlamento, para derrubar o veto, que foi mantido.
Assim, inexistindo qualquer outra previsão de recursos para viabilizar o desenvolvimento educacional, qualquer ilusão desaparecera: se o sonho dos 10% do PIB destinados à educação desapareceu quando o Congresso Nacional reduziu o valor para 7%, o veto do governo FHC nos trouxe de volta o pesadelo de sempre.
Metas não atingidas
O PNE aprovado e ainda em vigor contém várias metas que deveriam ser atingidas em 10 anos, a se completarem no início do próximo ano. Entre elas estava o crescimento significativo da educação infantil (crianças de até 6 anos de idade), redução das taxas de repetência no ensino básico (fundamental e médio), a efetiva universalização do ensino fundamental (ou seja, a totalidade das crianças concluindo esse nível de ensino), a garantia de que a totalidade dos jovens pelo menos iniciasse o ensino médio e, quanto ao ensino superior, de que pelo menos 40% dos estudantes estivessem matriculados em instituições públicas.
Havia metas também relativas ao combate do analfabetismo (que deveria ser erradicado até 2011), à formação de professores, à infra-estrutura material das escolas, entre muitas outras. É claro que para essas metas serem atingidas seriam necessários recursos; com o veto e sem nenhuma outra previsão de recursos, as metas, evidentemente, não seriam atingidas.
De fato, não foram. Ou, até pior: muitos indicadores do desempenho educacional na década de vigência do PNE simplesmente pioraram[3]. As taxas de conclusão dos ensinos fundamental e médio, que vinham crescendo, ainda que aos trancos e barrancos, a uma razão de cerca de 5% ao ano desde o início do século passado, estagnaram por volta do ano 2000, iniciando aí uma trajetória descendente.[4] Assim, não só as metas do PNE não foram cumpridas como nos distanciamos ainda mais de muitas delas. A década de 2000 marcou um dos dois piores períodos de retração ou estagnação da educação brasileira dos últimos 100 anos.[5]
Por que isso?
Por que isso aconteceu? Primeira razão: pela simples falta de recursos. Não havendo recursos é absolutamente impossível atacar o problema educacional. Pode-se aumentar o número de matrículas sem que sejam fornecidas às escolas e aos educadores as necessárias condições de atendimento (laboratórios, bibliotecas, aulas de reforço, cargas de trabalho toleráveis, salários adequados etc), que parece ter sido o que ocorreu ao longo da década de 1990, período no qual houve aumento dos indicadores quantitativos da educação. Mas esse aumento das matrículas, sem o necessário aparelhamento do sistema para atender adequadamente a quantidades maiores de estudantes, leva a uma piora dos indicadores qualitativos, o que também ocorreu ao longo da década de 1990, ilustrando o óbvio: apenas registrar matrículas não educa.
E mesmo essas práticas de apenas registrar matrículas têm um limite: o ponto em que não ir à escola é melhor do que ir. Quando esse limite é atingido, os indicadores quantitativos estagnam-se. E parece que isso realmente ocorreu por volta do ano 2000, quando as taxas de conclusão dos ensinos fundamental e médio começaram a se reduzir.
Segunda razão: não houve, realmente, um compromisso nacional com a educação escolar. Nem o executivo federal, nem o Congresso tentaram derrubar o veto aos recursos. Os outros entes governamentais (estados e municípios) não levaram a sério o PNE e nada fizeram para que fosse cumprido.
Se havia metas, o Congresso e o governo federal deveriam regulamentá-las por legislações ou normas complementares. Não o fizeram. Se havia metas finais, deveríamos cuidar das metas parciais que, se não cumpridas, comprometeriam o cumprimento das metas finais. Nada se fez. Se havia metas nacionais a serem cumpridas, elas deveriam ser cumpridas em cada estado e município, os principais responsáveis pelo fornecimento da educação básica. Mas não foram. Governadores, prefeitos e secretários de educação simplesmente desconsideraram suas responsabilidades para com as metas e ignoraram a existência do PNE. Nenhum estado, nenhum município cumpriu nenhuma das metas que estavam sob sua responsabilidade.
Sem definir recursos e as obrigações financeiras e educacionais dos vários entes federativos, sem definir como as pessoas farão para garantir os direitos à educação que o PNE criou e a quem recorrer caso eles não sejam satisfeitos, sem regulamentar como as várias metas serão cumpridas e como, e quem, fiscalizará esse cumprimento e, ainda, prever punições pelo não cumprimento, o PNE é alguma coisa entre a ilusão e a enganação.
O que fazer?
A vigência do atual PNE se encerra em poucos meses e o Congresso Nacional deverá elaborar um novo. A pergunta adequada neste momento é: como deve ser e o que deve conter o próximo PNE para que não seja, como o atual, uma mera fantasia?
As respostas para essas questões podem ser encontradas nas origens da falência do atual PNE. Em primeiro lugar, deverá haver previsões de recursos suficientes para cumprir as metas estabelecidas. É ilusão (ou enganação) fazer uma lista de tarefas a serem cumpridas sem indicar claramente de onde virão os meios necessários para cumpri-las. Sabe-se, com ótima precisão, qual o investimento econômico necessário para se manter uma criança ou jovem em uma escola com nível de qualidade aceitável. Sabe-se quais os recursos necessários para uma escola ter condições de atender adequadamente seus estudantes e quanto é necessário para remunerar de forma adequada os profissionais da educação. Assim, o PNE deve tanto definir o percentual do PIB a ser destinado à educação pública, algo em torno de 10%, como qual será a participação de cada ente federativo (união, estados e municípios) na composição dos recursos.
Um novo PNE deve, também, estabelecer quais são as responsabilidades da União, dos estados e dos municípios, pois é inútil definir metas sem estabelecer quem deve cumpri-las. Além disso, devemos atribuir responsabilidades e definir as conseqüências e punições para aqueles órgãos ou entes que não cumprirem sua parte. Talvez, neste aspecto, devamos também responsabilizar, além dos poderes executivos e legislativos, os órgãos do judiciário e de defesa da ordem jurídica, que passaram os últimos 10 anos observando uma lei nacional não ser cumprida sem nada fazerem. Deve-se, ainda, definir quais são as tarefas e obrigações dos órgãos de assessoria e apoio do ministério e das secretarias estaduais e municipais de educação, aí incluídos os Conselhos, nacional e estaduais, de Educação.
O Congresso, as Câmaras municipais e as Assembléias estaduais também deverão estabelecer regras complementares que viabilizem o cumprimento das metas a serem atingidas.
Conclusão
Não há um único país que tenha superado o atraso e as barreiras do subdesenvolvimento sem ter escolarizado sua população. Caso aconteça com um novo PNE o mesmo que ocorreu com o atual, o desenvolvimento (ou não) da educação brasileira continuará ruim: a educação será apenas um reflexo e subproduto do restante da realidade nacional e não um instrumento de promoção do desenvolvimento e um fator a se refletir positivamente na nossa dura realidade.
Tentar vincular o desempenho educacional futuro do país a eventuais recursos do pré-sal, usar frases de efeito, atribuir vagamente responsabilidades à "sociedade civil e empresários"[6], ou preencher papel com belas palavras será totalmente inútil e servirá para iludir por mais uma década a população brasileira. Serve, também, é claro, para manter nossa posição de atraso cultural, econômico e social.

Notas:
[1] Ambos os projetos estão disponíveis no endereço http://www.adusp.org.br/arquivo/PNE/. O plano aprovado pelo Congresso está em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm.
[2] Nesses percentuais do PIB estão incluídos investimentos municipais, estaduais e federais.
[3] O artigo "Análise dos indicadores de conclusão escolar nas últimas 5 décadas", publicado na Revista Adusp, n. 46, janeiro de 2010, pág. 47, apresenta a evolução recente de alguns indicadores educacionais brasileiros. A revista pode ser acessada pelo sítio da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo, http://www.adusp.org.br/revista/46/index.htm.
[4] Por volta do ano 2000, início da vigência do PNE, cerca de 75% das crianças completavam o ensino fundamental e 55% dos jovens completavam o ensino médio. Nos últimos anos esses percentuais reduzidos para a cerca de 70% e 50%, respectivamente.
[5] O outro período de longa estagnação ou retração dos indicadores educacionais ocorreu após a falência do projeto da ditadura militar, iniciando-se em meados da década de 1970 e durando até o final da década de 1980.
[6] As expressões "sociedade civil e os empresários", "sociedade civil organizada e os empresários" ou "empresários e a sociedade civil" associadas à palavra "educação" aparecem cerca de 100 mil vezes na Internet!
Otaviano Helene é professor no Instituto de Física da USP, foi presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Lighia B. Horodynski-Matsushigue é professora aposentada do Instituto de Física da USP e vice-presidente da regional São Paulo do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN)

Fonte: Caros Amigos

Retirado do site www.cpers15nucleo.com.br

PESQUISA MOSTRA QUE 445 MUNICÍPIOS DO PAÍS AINDA NÃO TÊM BIBLIOTECAS

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira( abril) pelo Ministério da Cultura revela que em 445 cidades brasileiras ainda não há bibliotecas municipais. O índice representa 8% dos 5.565 municípios em todo o país. O Estado com o maior número de cidades sem esses espaços para leitura é o Maranhão, com 61 municípios.
O 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais foi realizado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e encomendado pelo ministério.
De acordo com o levantamento, em 79% das cidades há bibliotecas municipais em funcionamento. Em 12%, elas estão em processo de implantação e em 1%, em fase de reabertura. O estudo foi feito entre setembro e novembro do ano passado. Em 2007 e 2008, 660 cidades não tinham bibliotecas municipais.
O perfil dos estabelecimentos indica uma média de 296 empréstimos por mês e uma frequência média de usuários de 1,9 vez por semana. A área física é de 177 metros quadrados, em média, e a maioria das bibliotecas (99%) não abre durantes os finais de semana, só funciona de segunda à sexta, de manhã e de tarde.
Os dados mostram ainda que 91% dos locais não oferecem serviços a pessoas com deficiência visual. O índice das bibliotecas que não dispõem de serviços para portador de necessidades especiais chega a 94%. Além disso, 88% dos estabelecimentos não têm nenhum tipo de atividades de extensão, como oficinas e rodas de leitura em escolas.
Segundo a pesquisa, 64% das bibliotecas municipais do país têm computador, 39% têm televisão, 28% têm videocassete, 27% têm aparelho de DVD e 24% ainda usam máquina de datilografia. Entretanto, 25% delas não contam com nenhum desses equipamentos.
Apesar do número razoável de estabelecimentos com computadores, nem a metade (45%) tem acesso à internet. Desses, apenas 29% prestam esse tipo de serviço aos usuários.
Fonte: Agência Brasil

Postado por SindProf- Novo Hamburgo

“Formação em nível médio não deve ser extinta”, defende CNTE


Audiência Pública realizada nesta quarta-feira no Senado debateu Projeto que exige ensino superior para professores da educação básica
“Não consigo conceber a extinção do curso de formação de professores em nível médio. Por outro lado, não podemos admitir que o sistema de ensino contrate e fique sempre com um educador que tenha apenas o magistério”.
A declaração é da relatora da Comissão de Educação do Senado, senadora Fátima Cleide (PT-RO), durante audiência pública no Senado, realizada nesta quarta (12), para debater o Projeto de Lei que propõe a exigência de formação superior dos docentes da educação básica.
A senadora afirmou que a redação do PLC 280/09, já aprovado pela Câmara, deve ser modificada pelo Senado para que o magistério seja um “itinerário de formação do profissional, pois a formação nesse nível de ensino é fundamental para termos qualidade na educação.”
Heleno Araújo Filho, secretário de Assuntos Educacionais da CNTE, participou da audiência. Ele defendeu a permanência da contratação de professor com formação em nível médio, para atuar na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.
“Não podemos extinguir a formação inicial do docente. É preciso garantir qualidade na formação do professor de nível médio e que o empregador ou o poder público ofereçam condições para que o educador possa evoluir e buscar uma graduação”, afirmou.
Para a CNTE, a formação superior dos professores da educação básica, isoladamente, não trará as mudanças necessárias para uma educação de qualidade. “O profissional precisa ter tempo para trabalhar e estudar, por isso a necessidade de uma jornada de trabalho justa e um salário adequado”, completa.
“A portaria do MEC que instituiu o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica é um pacto que até hoje não foi implementado. Sem falar na Lei do Piso, aprovada há quase dois anos, e que ainda é desrespeitada em alguns estados”, lembrou.

Ensino infantil
Fúlvia Rosenberg, representante do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil e especialista em Ideologia e Educação e Construção Social da Infância, e Maria Machado Malta Campos, da Secretaria de Educação Básica do MEC, aproveitaram o debate para criticar o PLS 414/08, que reduz a faixa etária da educação infantil, atualmente dos 0 a 6 anos, para 0 a 5 anos. O texto torna obrigatório o ingresso de crianças de 5 anos no ensino fundamental, ao invés de 6 anos.

CNTE, 12/5/2010

14/05/2010

Neiva Lazzarotto, na Zero Hora, ataca a meritocracia petista

Veja a seguir...

14 de maio de 2010

FALA DE DILMA
PT se adapta a discurso sobre meritocracia
Candidata defende avaliação de professores, conceito valorizado pelo PSDB

Espezinhada pela oposição sempre que um membro do governo Yeda Crusius (PSDB) ousava pronunciá-la, a palavra meritocracia agora é frequente na boca de Dilma Rousseff (PT). Líderes do PT gaúcho se apressam em dizer que, no caso da candidata à Presidência, o contexto é diferente. Mas membros do Cpers, tradicional aliado do partido, demonstram irritação.

Dilma voltou a defender, no Painel RBS de quarta-feira, a avaliação a partir do desempenho:

– Não é uma avaliação contra o professor, mas a favor dele. É para possibilitar que tenha, inclusive, uma evolução na carreira – disse a ex-ministra.

No ano passado, a guerra entre Cpers e Piratini atingiu o apogeu quando o governo tentou introduzir a meritocracia no magistério. O sindicato ganhou a batalha com apoio explícito de deputados do PT, que na Assembleia Legislativa trabalharam contra a proposta de pagar um 14º salário a professores que atingissem metas. À época, o líder da bancada petista, Elvino Bohn Gass, argumentou que “daqui a pouco, não se reprovam mais alunos para atingir metas salariais. É preciso cuidado com isso”. Questionado ontem sobre as declarações de Dilma, o deputado ofereceu uma nova explicação:

– Não temos nenhum constrangimento. Dilma quer ampliar direitos, e a proposta de Yeda era rasgar direitos.

A vice-presidente do Cpers, Neiva Lazzarotto, não gostou:

– É lamentável que Elvino esteja cumprindo esse papel de explicar o que é muito claro. Criam uma argumentação dúbia para evitar dizer o que, na verdade, estão pensando.

O Cpers considera que avaliar por metas possibilita injustiças e abre portas para perseguições políticas. Candidato do PT ao governo do Estado, Tarso diz que o conceito de meritocracia vem sendo abordado com uma “visão neoliberal”, diferente de como o PT atua. Mas, ao tratar do tema no Painel RBS, Dilma citou o maior ídolo dos neoliberais, o empresário Jorge Gerdau:

– Jorge fez uma observação perfeita: “Metas que a gente atinge não são boas metas. Na minha empresa, quando você atinge uma meta, eu imediatamente mudo, porque atingimos o que queríamos”.

10/05/2010

A Condenação do CPERS/Sindicato


Por Vera Serpa – Agente Educacional em Santa Maria

A condenação imposta ao CPERS/Sindicato pelo juiz Eduardo João lima Costa, da 4ª Vara Civil de Porto Alegre é no mínimo questionável, é notório saber que o julgamento das sentenças deve ser imparcial, justa conforme os códigos da lei determinam.
Devemos nos perguntar se uma manifestação legitima, em via pública deve ser condenada? Se houvesse uma manifestação em frente à casa de qualquer trabalhador, seus filhos e netos perdessem um dia de aula, será que esse magistrado faria essa mesma interpretação da lei? Será que esse juiz sabe que um professor de 20h semanais ganha mais ou menos R$ 7,00 por hora de trabalho.
O valor indenizatório de R$ 20,4 mil em favor dos netos da Governadora é motivo de indignação e de profunda reflexão. Os alunos das Escolas Estaduais que perdem aulas por falta de transporte, de professores ou por falta de condições das Escolas também devem pedir indenização ao Estado? Os netos da Governadora têm mais direitos que as crianças da classe trabalhadora? Segundo a Constituição todos são iguais perante a lei.
No entanto, os trabalhadores em educação, que tem por oficio além de ensinar conteúdos programáticos formar seus alunos para serem cidadãos conscientes e agentes transformadores da sociedade, não tem representantes políticos de sua categoria. Os empresários, por exemplo, tem sua representação garantida para continuarem aprovando projetos que sempre são a favor da classe dominante. E por incrível que pareça quem elege esses políticos somos nós, o povo.
Nesse ano eleitoral é preciso que os nossos corações e mentes estejam alerta, pois segundo Bertolt Brecher ¨o pior de todos os bandidos é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.¨ Não sejamos analfabetos políticos, precisamos sim participar das decisões na políticas, pois é através dela que as coisas acontecem ou não. A mudança só depende de nós.
Em fim, a Categoria dos Trabalhadores em Educação, na qual eu me incluo tem por obrigação valorizar bem o seu voto, escolhendo os candidatos que realmente são comprometidos com a educação. Quem sabe assim os filhos e netos dos trabalhadores tenham transporte, escola de qualidade, professores e funcionários felizes e bem remunerados e que essa categoria não precise mais tomar as ruas em protesto e que nenhuma criança perca um dia de aula.

08/05/2010

MÃE – uma mulher essencial

Muito obrigada pela vida; pelo carinho, pelos cuidados, por se esforçar e até se sacrificar para garantir, a nós os filhos, uma vida melhor que a sua.
Muito obrigada, apesar do que a sociedade lhe deve.

Ainda que a humanidade tenha alcançado espetaculares avanços, ela deve muito a vocês: mães-mulheres. O salário é menor que o do homem, o emprego é o de menor valor, o atendimento à saúde é insuficiente ou precário. Os espaços de decisão – a política – são para poucas ainda.

Esperança de alcançar o melhor é o que nos move, então nós, filhos e filhas, temos o dever de fazer a nossa parte. Lutar para mudar o mundo, para que nossas mães tenham dignidade, direito à realização pessoal e profissional. Muitos abraços às nossas mães, que nos ensinaram muitas coisas importantes para nossas vidas. Muito afeto e muito carinho é o que elas merecem!

Neiva Lazzarotto

06/05/2010

Paralisação em Alvorada

A paralisação dos municipários em Alvorada foi um sucesso.
Tivemos avanços e a retomada organizativa, principalmente por parte dos professores. Um das principais lideranças da mobilização em Alvorada foi o militante do Avante Mário San Segundo, que foi membro da comissão de negociação com a prefeitura e foi fundamental na construção da paralisação.
A professora Neiva Lazzarotto também acompanhou as atividades levando o apoio do CPERS-Sindicato e auxiliando os militantes do Avante envolvidos nas lutas de Alvorada.

Saiba os resultados da mobilização em www.prosintea.blogspot.com

Ode aos professores

Juremir Machado da Silva

Recebi esta pergunta: "Por que o senhor defende tanto os professores?". Achei, inicialmente, a pergunta estranha. Afinal, a resposta sempre me parecera óbvia. Depois, comecei a responder para mim mesmo. Embora seja impossível estabelecer objetivamente um ranking de profissões, eu acho o trabalho de professor o mais importante que existe, especialmente o de professor de ensino fundamental e médio, função que nunca exerci, embora tenha chegado a passar num concurso. Sei da importância dos médicos, dos engenheiros, dos padeiros, dos lixeiros e de tantos outros profissionais. Mesmo assim, considero que o professor é a base de tudo.

Por pensar assim, sempre vejo como injustos e até mesmo absurdos os salários pagos aos professores do ensino público. Não consigo aceitar que qualquer jogador de futebol ruim ganhe mais do que um professor. Esperamos dos professores que eles eduquem os nossos filhos, dando-lhes conhecimentos e valores. Depositamos enormes esperanças na atividade desses mestres de poucos recursos e muita perseverança. Cobramos muito. Pagamos pouco. A desculpa é sempre a mesma: os cofres públicos não comportam salários maiores para uma categoria tão numerosa. Essa explicação sempre me parece fácil, simplória, hipócrita e até canalha. É uma maneira de lavar as mãos. A culpa não é só dos governantes. É da sociedade. Por que não nos organizamos para pagar melhor os professores? Outro dia, na Rádio Guaíba, o senador Paulo Paim nos garantiu que não existe o rombo da Previdência Social. Autorizou-me a chamar de mentiroso quem afirme o contrário. Não perderei a oportunidade.

De minha parte, farei uma afirmação categórica: a sociedade brasileira pode pagar melhor seus professores. Não o faz por não os valorizar suficientemente. Volta e meia, ouço alguém atacar os professores dizendo algo assim: "Se não estão satisfeitos que mudem de profissão". Nunca ouço argumento semelhante aplicado aos grandes proprietários que pedem subsídios aos governos. Os professores viraram saco de pancada. Os governantes empurram com a barriga o eterno problema dos baixos salários. Por toda parte, vejo professores trabalhando duro e ganhando pouco. Ser professor é cada vez mais difícil e bonito. Hoje, além de saber passar informações, é preciso saber educar num ambiente de liberdade. Muita gente tem saudades dos castigos corporais e dos métodos medievais nas escolas. São os mesmos que sentem saudade da ditadura militar e que fecham os olhos para a tortura.

Imagino um leitor conservador dizendo-se que estou empilhando clichês ou fazendo demagogia. Num ano eleitoral, eu espero que algum candidato apresente um plano consistente para a educação. Teria meu voto. Toda hora alguém diz que só a educação muda um país. Para que a educação mude um país, no entanto, o país precisa mudar a sua educação. Um bom começo seria pagar melhor os professores. Eu não me importaria de pagar mais impostos para isso. Pagar impostos pode ser muito bom. Faz bem para a sociedade. Não há serviços sem impostos. Jamais.

Juremir Machado da Silva é jornalista e professor

* Artigo publicado no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre/RS, edição do dia 4 de maio de 2010

03/05/2010

Página 10 de Zero Hora anuncia candidatura de Neiva Lazzarotto como uma das apostas do PSOL

Veja o que foi escrito sobre a militante do Avante, na tradicional página de política de Zero Hora.

Veja o que foi escrito sobre a militante do Avante, na tradicional página de política de Zero Hora."MIRANTE

Vice-presidente do Cpers, a professora Neiva Lazzarotto será uma das apostas do PSOL para a eleição de deputado estadual. Neiva tem sido uma das principais algozes do Piratini nos últimos anos."



Zero Hora, 3/5/2010

Correio do Povo divulga luta dos educadores em Alvorada

Professores municipais vão parar aulas em Alvorada

CP 3/5/2010

Os 1,2 mil professores municipais de Alvorada paralisarão as atividades amanhã. O objetivo é retomar as negociações salariais com a prefeitura. Nas tratativas iniciadas em meados de abril, os docentes asseguraram a manutenção do auxílio-transporte. Agora, desejam negociar melhores percentuais de reajuste dos salários e do vale-alimentação.

A vice-presidente do Cpers, Neiva Lazzarotto, afirmou que o sindicato apoia e se empenha em viabilizar uma negociação justa e que represente ganhos reais ao Magistério. E a secretária municipal de Educação, Jussara Veras Bitencourt, avaliou que o pleito dos docentes é justo, mas está acima da capacidade financeira de Alvorada. "Somos o menor PIB do RS. Nossa arrecadação anual é baixa", justificou. Segundo a secretária, a Prefeitura de Alvorada é uma das poucas do Estado que assegura a reposição bimestral das perdas inflacionárias aos professores. De acordo com ela, o município não tem fôlego para ofertar mais do que 2% aos servidores do Magistério.

Por conta da paralisação, as aulas estarão suspensas amanhã nas 32 escolas municipais de Alvorada.

REIVINDICAÇÕES

- Os professores da rede pública municipal de Alvorada reivindicam 20% de reajuste salarial. A proposta da prefeitura, no entanto, é de, no máximo, 2% de reajuste ao Magistério.

- A categoria solicita a elevação do vale-alimentação, dos atuais R$ 7,70 para R$ 12,00. Mas a oferta do município foi de aumentar em R$ 0,40 o atual valor pago ao vale.

- Os professores não descartam a possibilidade de apreciação de indicativo de greve em assembleia geral.